Espuma de poluição do Rio Tietê invade casa de moradores e ruas de cidade no Estado de São Paulo
O acúmulo de espuma no rio Tietê tem preocupado moradores em Pirapora do Bom Jesus (SP). A concentração durante o inverno aumenta tanto que a espuma chega a invadir as casas. “Quando começa a ventar é pior ainda, porque espalha tudo, aí ninguém aguenta o cheiro forte”, lamenta o comerciante José Antônio Pallazzolli, que tem uma lanchonete na cidade.
Com o vento, alguns blocos de espuma se deslocam e caem nas ruas próximas do rio. “Estamos em alerta, não tem jeito, porque pode invadir o quintal da casa de novo”, diz.
Pallazzolli conta que passou por apuros na madrugada de segunda-feira (23), quando o nível do rio subiu e a espuma chegou a entrar no quintal da casa dele. “Fazia muito tempo que não víamos algo assim. Colocamos alguns panos e conseguimos evitar que fizesse ainda mais sujeira.”
Segundo ele, a espuma do rio chegou a passar por cima de uma ponte próximo à casa dele. Quem mora na região reclama que, ao secar, a espuma deixa manchas na roupa, no chão e até na pintura dos carros. Mas a preocupação do comerciante é que a substância, que apesar de ser aparentemente branca é cheia de poluentes, acabe afetando a saúde das pessoas.
Confiram o vídeo da espuma invadido uma ponte em Pirapora do Bom Jesus (SP) durante esta semana:
Espuma
O fenômeno ocorre dois quilômetros abaixo de uma barragem do rio. O Tietê corta o centro da cidade e, ao passar pelos vertedouros da barragem da Usina Hidrelétrica, as águas se agitam e produzem a espuma.
A cidade de 16 mil habitantes abriga o santuário do Bom Jesus, destino de 600 mil romeiros por ano, mas a espuma e a poluição espantam os turistas que reclamam do mau cheiro e de coceira no nariz e ardência nos olhos.
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente afirma que a formação de espumas, como ocorre frequentemente no Rio Tietê ao longo das cidades de Santana de Parnaíba, Salto e Pirapora do Bom Jesus, está relacionada principalmente à baixa vazão da água e à presença de esgotos domésticos não tratados que dificultam a decomposição de detergentes domésticos.
Ainda segundo o órgão, a solução desse problema está associada principalmente à implantação dos sistemas adequados de esgotamento sanitário, incluindo a coleta, afastamento, tratamento e disposição final dos esgotos domésticos, os quais são de atribuição dos municípios e das concessionárias de saneamento.
Reportagem: http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-jundiai/noticia/2015/06/ninguem-aguenta-o-cheiro-diz-dono-de-casa-invadida-por-espuma-do-tiete.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=g1
Fotos: José Pallazzolli / Witter Veloso/TV TEM
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