Para pressionar governo, deputados adiam votação de posse e porte de armas
Em pressão para que o governo honre o acordo da reforma da Previdência, o centrão se uniu à oposição e conseguiu adiar a votação do projeto de lei que regulamenta a posse e o porte de armas no país, previsto para esta terça-feira (29).
A votação do projeto, de autoria do Executivo, deve ficar para esta quarta-feira. Foi a primeira derrota de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, como líder do partido na Câmara.
Relatada por Alexandre Leite (DEM-SP), a proposta trata da posse de armas em área urbana e do porte para categorias de profissionais e os chamados CACs — colecionadores, atiradores esportivos e caçadores. A idade mínima para compra de armas seria reduzida para 21 anos na posse e para 25 anos no porte.
Na noite desta terça-feira, PL, PV e Cidadania entraram em obstrução em conjunto com o PDT, PT, PSOL e PCdoB para derrubar a proposta. A deputada Soraya Santos (PL-RJ), que presidia a sessão, comunicou que iria adiar a votação do projeto de armas para votar outro projeto, sobre mutilação e e suicídio de crianças.
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A promessa do governo é pagar R$ 40 milhões em verbas extraorçamentárias para prefeituras indicadas por cada deputado que votou a favor da Previdência, R$ 20 milhões ainda neste ano. Recentemente, o Congresso aprovou um crédito suplementar de R$ 3 bilhões, verba que seria usada para pagar o acordo.
A aprovação foi condicionada à promessa de que o governo enviaria outro projeto para liberar ainda mais crédito para os senadores, que estavam prestes a votar a Previdência.
Como os senadores não se satisfizeram ainda assim e ainda não haviam aprovado a reforma da Previdência, o Executivo prometeu passar os senadores na frente na fila pelas verbas extraorçamentárias.
Com essa inversão de prioridades, deputados se sentiram escanteados. Agora, são eles que aguardam um novo projeto de crédito.
Segundo deputados ouvidos pelo Globo , o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, tem prometido a deputados que eles serão pagos em duas parcelas — R$ 10 milhões agora e R$ 10 milhões até o fim do ano.
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