Quem recebe proposta de emprego de uma empresa norte-americana e pede autorização para trabalhar no país tem chances significativamente menores de conseguir uma aprovação caso seja de origem latino-americana, afirma um estudo divulgado nesta semana pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology).

Num período recente de mais de três anos, o instituto monitorou esses processos e descobriu que o governo federal aprovou 91% dos pedidos de asiáticos e 90% de canadenses, mas apenas 67% no caso dos latino-americanos. Os autores balizaram os dados de acordo com variáveis como salário, cargo, tipo de empresa e histórico de pedido de visto da pessoa, para anular possíveis distorções.

A tese de que existe um viés na seleção é reforçada por outro dado encontrado pelos pesquisadores: em instâncias em que o governo federal faz auditorias para examinar de forma mais detalhada o processo de aprovação, essa diferença entre imigrantes latino-americanos e de outras origens não existe. “Quando o processo é auditado, na verdade ele se torna bastante justo”, diz Emilio Castilla, professor associado do MIT e coautor do estudo, em nota enviada à imprensa.

Para ele, é justamente esse dado que pode apontar para uma solução para as disparidades. Castilla acredita que as auditorias deveriam acontecer de forma ampla, abrangendo todos os pedidos de autorização de trabalho – ainda que reconheça que isso traria custos adicionais ao governo. Como alternativa mais barata, ele afirma que os dados de país de origem poderiam ser omitidos durante a análise de cada aplicação.

“[As descobertas do estudo] podem ter implicações significativas tanto para entendermos as desigualdades [no processo de imigração] quanto para pensarmos em soluções para esse problema”, diz o pesquisador.

Reportagem: http://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Carreira/noticia/2015/01/estudo-do-mit-sugere-vies-contra-latino-americanos-para-trabalhar-nos-eua.html