Veja os impactos da supersafra agrícola na renda dos agricultores
O Brasil deve ultrapassar os 240 milhões de toneladas de grãos neste ano, mas e a renda do agricultor, melhorou nessa safra recorde? Para conversar com os produtores sobre o assunto, três equipes de reportagem do Globo Rural foram ao campo: uma no Paraná, outra em Mato Grosso e ao Triângulo Mineiro.
Triângulo Mineiro
Cautela é a palavra que mais se ouve em Minas Gerais. Uberaba, no Triângulo Mineiro, é a região responsável pela maior parte da soja e do milho produzidos no estado. Nos campos, o milho safrinha ainda está em final de cultivo.
Uma cooperativa, que reúne dois mil associados, o movimento dos caminhões é para a retirada da soja. O silo da cooperativa tem capacidade para armazenar 54 mil toneladas de grãos. Ele é dividido em três partes. A soja, que já estava vendida está sendo retirada para chegada do milho safrinha. Mas as outras duas partes estão cheias de soja até o limite.
O diretor da cooperativa explica que tem muito produtor segurando o produto à espera de preços melhores.
Thomaz Mendes e Silva plantou sorgo na safrinha. Ele estuda agronomia e comemora a produtividade que atingiu na safra de soja. Enquanto a média de produtividade das fazendas da região fica em 64 sacas por hectare a dele foi maior. “A média foi 72 sacas em uma fazenda”.
De olho no lucro, Thomaz já ‘namora’ uma plantadeira nova enquanto espera a chegada do pulverizador de segunda mão recém-comprado. Em uma concessionária de tratores da região, o gerente confirma que os negócios vão muito bem.
Em outra propriedade, em Conceição de Alagoas, cidade vizinha a Uberaba, os insumos para a próxima safra já foram comprados. A plantadeira, que está no galpão, foi adquirida no ano passado, mas o produtor estuda novas compras. Um dos objetivos é comprar um trator maior para a operação e outro para a pulverização.
O milho que ainda está no campo não vai sair da fazenda. Vai virar silagem e alimentar o novo investimento: o rebanho de gado. O produtor também decidiu guardar a maior parte da soja colhida e espera por um preço melhor. Em um mês, a soja subiu quase 10% na Bolsa de Chicago por causa de problemas na safra norte-americana.
Outro investimento na região é em mão-de-obra. Um curso do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) ensina os fundamentos para quem vai trabalhar como tratorista. Assista a reportagem completa no vídeo acima.
Mato Grosso
De cada quatro sacas de grãos produzidas no Brasil, pelo menos uma sai das lavouras de Mato Grosso, líder nacional na produção de soja, milho e algodão. A colheita da pluma está começando agora.
“Estamos acreditando em produtividade melhor, mercado melhor para que cubra os custos de anos anteriores em que a rentabilidade não foi tão boa”, diz o agricultor Herlan Meinke.
Mais renda, novos planos: com o lucro da safra, ele vai pagar contas passadas, investir no solo e tirar um sonho antigo do papel. “Adquirimos um terreno para poder fazer este investimento em uma indústria de benefício de algodão”, conta Herlan.
O terreno foi comprado em parceria com outros agricultores da região. Quando a futura beneficiadora ficar pronta, vai agregar valor ao algodão que sai do campo, gerando pelo menos 50 empregos diretos.
Quem também está feliz com a boa safra é o Adelar Ebert, gerente de fazenda. “Com certeza tinha um carro, troquei, peguei um melhor, já foi um sonho realizado”, conta.
Se no algodão os preços ainda ajudam a encorajar investimentos, no milho é o tamanho da safra que faz a diferença: quase 30 milhões de toneladas em Mato Grosso, um recorde. Na propriedade dos sócios Marcos Ioris e André Sabará, em Nova Mutum, a colheita começou melhor que na última safra. “Milho, ano passado, foi 90 sacas e este ano já estamos tendo uma produtividade de 115 sacas por hectare”, conta o agricultor Marcos Ioris.
O bom desempenho do milharal confirma 2017 como um ano indiscutivelmente bom para o pessoal da fazenda. É que na safra de verão as lavouras de soja também produziram bem mais do que no ano passado. Com a colheita farta, a rentabilidade da fazenda ficou na dependência de uma boa comercialização da produção, e ela aconteceu. A aposta na venda antecipada funcionou.
O dinheiro da safra também vai ser investido em agricultura de precisão e para atender a nova demanda, reforço na mão-de-obra. Uma consultoria da região, que hoje tem nove funcionários, vai crescer. “A gente contratou, na safra passada, e nessa safra a gente está contratando novamente, agora entre agosto e setembro estamos contratando mais duas pessoas”, conta o consultor Thiago Cândido.
Em Nova Mutum, quase tudo gira em torno da renda da agricultura. “Hoje nós temos indústrias esmagadoras de soja, gira imposto, emprego, e a economia gira no município. Então quando a safra é boa todos ganham”, afirma o secretário de Agricultura de Nova Mutum, Renato Kremer.
Paraná
Em um sítio em Ivatuba, no Paraná, é hora de colher o milho segunda safra ou safrinha. A lavoura pertence a três famílias de pequenos agricultores, cada um com 45 hectares. As três famílias, que são parentes, desfrutam a vida no campo com conforto: carro na garagem e casa boa, como a casa da Júlia e Nivaldo Zacanini.
O maior gasto este ano, está num tratamento dentário, que Nivaldo está fazendo: um implante que custa caro. “Só esse ano tive que gastar R$15 mil, fora o raio-x. Isso tudo com dinheiro da roça”, conta Nivaldo Zacanini.
Já na família da vizinha e agricultora Adenilce Acceti, o dinheiro desta safra vai aliviar, e muito, o peso do que ela já gasta com a educação do filho. Além da faculdade de agronomia do filho, a Adenilce também resolveu realizar um velho sonho, e entrou para faculdade de pedagogia. “Isso era meu maior sonho, estudar e ter uma faculdade. Somando as despesas chegam a R$ 3 mil por mês, e o dinheiro vem todo da roça”, fala Adenilce.
Os comerciantes da região confirmam: quando a safra vai bem, a cidade ganha.
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Reportagem: http://g1.globo.com/economia/agronegocios/globo-rural/noticia/2017/07/veja-os-impactos-da-supersafra-agricola-na-renda-dos-agricultores.html / Foto Capa: Google Imagens
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Pessoal, distribuição de renda é o canal nos dias de hoje. Pensem bem, a NF Paulista nada mais é do que distribuição de renda. Muitas empresas fazendo isso, comecem logo, e vem comigo ganhar dinheiro também. Abs