O tempo seco, a baixa umidade do ar e a poeira costumaram gerar problemas para a saúde de muitas pessoas. Segundo os médicos, os problemas respiratórios são os que mais costumam aumentar, sendo as doenças mais comuns as laringites, sinusites, pneumonias e crises de asma.

De acordo com a Secretaria de Saúde, não há um levantamento oficial sobre o número de casos sobre complicações respiratórias na cidade, mas de fato há mais ocorrências em períodos assim.

A doutora Leda Maria Vieira trabalha como otorrinolaringologista há 20 anos. De acordo com ela, doenças com maior número de registro com o tempo seco são as laringites e sinusites. A laringite é marcada pela tosse seca e dor de garganta, enquanto a sinusite tem como sintomas a secreção nasal, obstrução, dor facial e tosse. “O tempo seco faz com que o muco natural do nariz fique mais espesso, o que predispõe alterações na cavidade oral com mais facilidade. Inclusive, neste período também há aumento de casos de sangramentos de nariz decorrentes da baixa umidade e do calor. É preciso se prevenir”, explicou.

A recomendação é a hidratação constante, a umidificação do ambiente e o uso recorrente de soluções salinas fisiológicas, no caso do nariz. “A grande vantagem é que essas recomendações não causam efeitos colaterais e podem aplicadas enquanto o tempo estiver seco e até em tempos mais úmidos. Isso só beneficia o muco, o impermeabilizante natural da via respiratória”, acrescentou Leda.

Ainda segundo a otorrino, todos correm o risco de ter complicações devido ao tempo seco, mas crianças e idosos são o público mais frágil. “As crianças, por terem a via respiratória mais estreita, têm mais chances de serem afetadas”, ressaltou.

O pneumologista Emílio Carlos Oliveira reforçou a recomendação. “É importante se atentar para os cuidados com as crianças e os idosos, pois a imunidade deles é mais baixa. Geralmente a criança ou o idoso não sente sede ou não pede por água, por isso é sempre bom oferecer líquido constantemente a eles, para que se mantenham hidratados”, destacou.

O médico também disse que nessa época é maior a procura nos consultórios. “Acredito que a demanda aumente cerca de 30% a 40%. O aparelho respiratório sofre mais, fica inflamado, mais sujeito a infecções e, consequentemente, a crises respiratórias”, comentou.

Segundo Emílio, todo o aparelho respiratório é afetado com o tempo seco, e é preciso até se preocupar com a prática de exercícios físicos. “Se for praticar alguma atividade, procure um horário em que o sol não está tão quente”, alertou.

Reportagem: http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2015/09/medicos-dao-dicas-de-prevencao-durante-tempo-seco-em-uberlandia.html