Geologia de São Gotardo é tema de dissertação de mestrado
No dia 28 de outubro de 2015, a geóloga Débora Moreira defendeu sua dissertação de mestrado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O trabalho foi orientado por Alexandre Uhlein, pós-doutor em Geociências e co-orientado por Ana Maria Pimentel Mizusaki, doutora em Geociências que, atualmente, leciona na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A banca avaliadora foi composta pelo Prof. Dr. Alexandre Uhlein, Profa. Dra. Lúcia Maria Fantinel (UFMG) e Profa. Dra. Maria Lourdes Souza Fernandes (UFMG).
Débora integra a equipe da Verde Fertilizantes desde 2008 e escolheu como tema de seu estudo a geologia do depósito de potássio de São Gotardo, MG.
Na geologia da região se destacam os verdetes. Essas rochas pertencem à Formação Serra da Saudade, Grupo Bambuí e tem aproximadamente 570 milhões de anos. São siltitos verdes laminados compostos pelos seguintes minerais: glauconita (40-80%), feldspato potássico (10-15%), quartzo (10-60%), micas (5%), óxidos de titânio e manganês (<1%), goethita (<1%) e traços de fosfatos de bário e de terras-raras. A granulometria varia de 5 a 30 µm e os grãos detríticos são geralmente sub-arredondados e com baixo grau de esfericidade.
Foto: Verdete
Os verdetes apresentam níveis contínuos ricos em potássio, com até 50 m de espessura e teores de K2O entre 8% e 12% associados às porções de cor verde escuro, com maior concentração de glauconita.
Como os verdetes foram formados?
Os verdetes foram formados a partir da deposição de sedimentos em ambiente marinho. Nesse contexto, associado a um aumento no nível do mar, teria ocorrido inicialmente a sedimentação de siltitos ricos em minerais argilosos. Posteriormente, durante a diagênese, estes sedimentos seriam alterados a partir da incorporação de potássio, transportado por correntes oceânicas, além de substituições iônicas entre alumínio (Al), ferro (Fe) e magnésio (Mg). Dessa forma, a estrutura dos minerais argilosos percussores teria sido modificada para a formação de glauconita.
A camada de verdetes pode representar uma superfície de inundação máxima na bacia. As taxas de sedimentação reduzidas permitiriam a deposição de extensos pacotes ricos em glauconita e com teores de K2O elevados
Ambiente de sedimentação dos verdetes (adaptado de Costa & Nascimento, 2015)
Uso do verdete na agricultura
A região de São Gotardo tem sido foco dos investimentos da empresa Verde Fertilizantes Ltda desde 2008, devido às ocorrências de rochas com teores de K2O (óxido de potássio) acima de 10%, que podem ser utilizadas como fonte de potássio para a agricultura. A empresa tem estudado o uso dos verdetes para desenvolver produtos voltados para nutrição e proteção vegetal, melhoria da qualidade do solo e aumento da sustentabilidade.
O primeiro produto, chamado de TK47®, é produzido por um processo pirometalúrgico proprietário, ou seja, a rocha é submetida a altas temperaturas. Todo o desenvolvimento contou com a participação do professor Derek Fray FRS FREng, do Departamento de Materiais e Metalurgia da Universidade de Cambridge (UK).
Ao longos dos 10 anos de existência, a Verde já investiu mais de R$100 milhões em pesquisas. Durante a fase de sondagem, foram mais de 40 mil metros de perfurações para definir o tamanho do depósito na região de São Gotardo. Estudos mineralógicos e geológicos também foram realizados. A empresa conta com um centro de pesquisa onde o todo material geológico é processado e submetido à análise química para determinar a qualidade do material extraído.
Além da dissertação concluída pela Débora, uma tese de mestrado vem sendo escrita pelo engenheiro químico Rodolfo Silva, que aborda a liberação de potássio contido no verdete através de processo pirometalúrgico, tornando o nutriente disponível para ser absorvido pelas plantas. O trabalho será defendido ainda este ano.
Se você quer conhecer mais sobre o trabalho da Débora ou tem alguma dúvida, entre em contato com a Verde pelo endereço de e-mail verde@verdefertilizantes.com.br
Reportagem: Verde Fertilizantes
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