Públicos pequenos, times alternativos: cinco meses depois, Primeira Liga volta ao calendário de Atlético e Cruzeiro
Depois de um hiato de mais de cinco meses, Atlético e Cruzeiro voltam a campo nesta quarta-feira pelas quartas de final da ‘esquecida’ Primeira Liga. Enquanto o Galo enfrenta o Internacional, às 19h30, no Beira-Rio, a Raposa pega o Grêmio, às 21h45, no Mineirão. Apesar de entrar em um momento decisivo, a competição está longe de motivar o torcedor. Nem os próprios clubes demonstram interesse no torneio, que inchou ainda mais o calendário brasileiro.
Desde o início do torneio, os seis grandes clubes (Atlético, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Internacional e Grêmio) utilizaram a formação titular em apenas sete oportunidades (38,88% dos jogos). No total, dos 24 jogos da competição, 29 times entraram com os titulares e 19 equipes atuaram com uma formação considerada reserva. Nem clubes menores priorizaram a Primeira Liga. O Joinville, por exemplo, preferiu competir com força total no Campeonato Catarinense e chegou a escalar o time sub-23.
Para a partida das quartas de final, o Grêmio virá a Belo Horizonte com uma formação reserva. Nem o técnico Renato Gaúcho viajará com elenco, que será formado por atletas do time que disputa a Terceira Divisão do Campeonato Gaúcho. A Raposa, por sua vez, deve poupar os principais titulares, visando à decisão da Copa do Brasil.
Já Atlético e Internacional devem mandar a campo times mesclados. A grande novidade no Galo é a volta de Robinho à equipe principal. Flamengo x Paraná e Londrina x Fluminense fazem os outros dois jogos. Na Primeira Liga, os duelos são disputados em jogo único e, em caso de empate no tempo normal, a vaga é decidida nas penalidades.
O reflexo do desinteresse pelo torneio pode ser visto nas arquibancadas. A média de público é de 7.006 pagantes. O jogo com mais torcedores foi Atlético 0 x 1 Cruzeiro, que levou 39.811 pagantes ao Mineirão, no dia 1º de fevereiro. Na ocasião, os torcedores estavam empolgados com a montagem dos elencos para a temporada e dividiram o estádio.
A despeito desse jogo com arquibancadas cheias, seis partidas do torneio receberam menos de 2 mil torcedores: Joinville 0 x 0 Cruzeiro (1.899), Londrina 2 x 1 Paraná (1.894), Criciúma 1 x 3 Internacional (1.839), América 0 x 0 Ceará (1.717), Avaí 0 x 1 Londrina (1.615) e Fluminense 1 x 1 Brasil de Pelotas (1.177).
Enquete feita pelo Superesportes mostra o desânimo dos torcedores com o torneio. 59% dos 9.242 internautas dizem que o título não é importante. Em outro questionamento no site, 50% dos torcedores revelaram que querem o fim do torneio para 2018. A outra metade se divide entre a preferência pelo formato atual e uma versão mas enxuta.
A Primeira Liga, que nasceu como um embrião de uma liga de clubes, foi sendo deformada pelos próprios fundadores. Atlético-PR e Coritiba não quiseram participar da atual edição em função do calendário apertado e pelas desavenças na divisão das cotas de TV. Para 2018, o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, que também preside a liga, já disse que a competição pode virar um torneio de pré-temporada.
Reportagem original: http://www.mg.superesportes.com.br/app/noticias/futebol/futebol-nacional/2017/08/29/noticia_futebol_nacional,425304/sem-prestigio-primeira-liga-volta-ao-calendario-de-galo-e-cruzeiro.shtml
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