Ministério da Saúde explica por que mudou critério de microcefalia de 33 cm para 32 cm
O Brasil enfrenta, atualmente, um surto de casos de microcefalia causados por zika vírus. Ao todo, já são mais de 1.700 casos suspeitos da doença relacionada ao micro-organismo. Dada a gravidade da situação, o Ministério da Saúde divulgou novas estratégias de enfrentamento à doença. Entre elas, está a alteração do critério de medida de perímetros craniano de 33 cm para 32 cm. A medida polêmica foi explicada pelo órgão.
A microcefalia acontece quando a circunferência do crânio é menor que o considerado normal para a idade do feto ou da criança. Ao nascimento, a medida considerada adequada, de acordo com o novo critério estipulado pelo Ministério da Saúde, é de 32 cm ou mais.
O neonatologista Gabriel Variane, do Hospital e Maternidade Santa Joana, em São Paulo, explica que o tamanho reduzido da cabeça ocorre em consequência de um atraso do desenvolvimento cerebral e, por conseguinte, da caixa craniana.
Quando causada por quadros infecciosos, como o caso do zika vírus, a alteração é agravada pela destruição do tecido cerebral e por calcificações em uma parte específica do cérebro, os ventrículos.
Medida da cabeça que determina microcefalia: por que mudou?
A alteração do critério de medida de perímetro craniano determinante da microcefalia de 33 cm para 32 cm gerou dúvidas e críticas ao Ministério da Saúde, uma vez que, à primeira vista, muitos bebês que supostamente teriam a doença passam ficar desassistidos.
O Ministério da Saúde, através de seu diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis, Cláudio Maierovitch, explicou hoje (08), em coletiva de imprensa, o motivo da alteração da medida critério de microcefalia.
De acordo com Maierovitch, a medida de 32 cm é considerada o ponto de corte para determinar microcefalia por órgãos importantes como a Organização Mundial de Saúde (OMS). Foi opção do Ministério da Saúde, juntamente à Secretaria de Saúde de Pernambuco, estabelecer, inicialmente, critérios maiores (33 cm). A justificativa é o fato de tratar-se de um novo cenário de microcefalia, doença que nunca antes foi associada ao zika vírus.
“[Fizemos isso] para aumentar o conjunto de crianças que passam por investigação. Optamos por superestimar o tamanho do problema de forma que não deixássemos nada de fora e, de lá para cá, passamos a nos sentir mais seguros para voltar a adotar os critérios internacionais”, explicou o diretor.
Ainda segundo Maierovich, existem casos em que o perímetro cefálico é menor que 32 cm e a criança não tem qualquer alteração de seu desenvolvimento. Supostamente, aumentando o critério para 33 cm, seria possível melhor avaliar em que medida ocorrem sequelas.
Reportagem: http://www.bolsademulher.com/saude/ministerio-da-saude-explica-por-que-mudou-criterio-de-microcefalia-de-33-cm-para-32-cm
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